segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Devaneios de revolta

[A rubrica que ninguém quer saber]

Saudações fiéis seguidores fui recentemente convidado pelo energúmeno do administrador deste blogue para fazer umas pseudo-resenhas de textos para ver se alguém começa a dar mais atenção a este blogue solitário e abestalhado. 

Antes de mais, quero afirmar aqui publicamente que tenho uma profunda admiração e respeito por senhores que sabem tudo o que há para saber e compreender do mundo apenas com uma simples leitura do jornal “A Bola”. A vossa sábia opinião, a vossa avançada doutrina filosófica tem contribuído avidamente para o crescimento do meu conhecimento ao longo destes últimos anos em tudo o que é debate, discussão, tertúlia, ou simplesmente conversa de café. Portanto, uma palavra de apreço é pouco para estes grandes pensadores do século XXI! Espero sinceramente que continuem a prosseguir com os vossos mais avançados estudos no que toca à fenomenologia, lógica avançada, mecanismos psicológicos, reflexões das temáticas fraturantes da sociedade e questões do quotidiano.
Como o leitor deve estar a constatar eu sou uma pessoa que vive muito na solidão. Mas, desenganem-se aqueles que a principal causa é a de eu ser uma verdadeira besta. Também é não vou desmentir, mas o que me mais motiva andar sozinho por estes recantos obscuros embebidos de aventuras, desaventuras e dramas por detrás de mistérios. É o facto de a minha própria companhia ser tão boa que eu acabo por forçar as outras pessoas, e as suas respetivas companhias, a competir com ela. O nobre Beckett em tempos afirmou que a solidão é uma espécie de companhia e eu adoro a minha companhia! Alguns acusam-me de narcisismo, mas neste ponto não posso concordar. Na minha opinião pior do que uma pessoa solitária e feliz, só mesmo aquelas criaturas aterradoras que não são capazes de estar sozinhas. Se nem elas se suportam a si mesmo, como não haverá de ser insuportável para os outros estar na sua companhia? É uma das pior raças à face da terra esta gente que não suporta a solidão. Arriscam-se mesmo a morrer sem ter passado tempo nenhum consigo próprios.

Agora, que já devo ter aumentado a minha probabilidade de ser vilipendiado vou-me retirar de mansinho acompanhado por uma excelente companhia: eu. Cumprimentos semi-caloroso a todos e não se esqueçam: Continuem a chatear os outros enquanto gastam dinheiro que não têm em coisas que não precisam para criar impressões efémeras em pessoas que não gostam!


- Adérito Dionísio Bisnaga