quarta-feira, 17 de julho de 2013

Epifanias empresáriais

  Hoje estou numa de colocar na pele de empresário visionário. Comecei por pensar no que é preciso para formar uma boa empresa, e, sem sombra de dúvida uma das peças fundamentais para manter um ótimo funcionamento da empresa é ter uma excelente equipa de trabalho. Uma equipa organizada, fiel, criativa, responsável, motivada, dedicada e sobretudo apaixonada e orgulhosa por aquilo que faz.

  Primeiro passo, passa por contratar os melhores. Usualmente aqui algumas empresas pecam porque contratam pessoas baseadas apenas no seu grau de inteligência. Não basta contratar pessoas com base na inteligência; não basta ter uma equipa de cérebros das melhores universidades. Os pontos de QI tem pouco efeito mensurável no sucesso da sua vida. As pessoas com altos resultados de QI são bons em tarefas lógicas, lineares e computacionais. Mas para triunfar no mundo real, a inteligência tem de estar aninhada com determinados traços e disposições de caracter. Fazendo uma analogia: Um bom soldado pode ser fenomenalmente forte, e, se lhe dermos um teste que tenha que ver com flexões e elevações, terá ótimos resultados. Mas, a menos que seja dotado de coragem, disciplina, técnica, imaginação e sensibilidade, provavelmente não sobreviverá no caos do campo de batalha. 

 Existem algumas disposições mentais que contribuem para o desempenho no mundo real: A tendência para recolher informação antes de decidir, a tendência para procurar vários pontos de visto antes de chegar a uma conclusão, a disposição para raciocinar detidamente sobre um problema antes de reagir, a tendência para ajustar o grau de firmeza das próprias opiniões ao grau de indícios disponíveis, a tendência para pensar nas consequências futuras antes de agir, a tendência para pesar explicitamente os prós e os contras de uma situação antes de tomar uma decisão, e a tendência para procurar matizes e evitar o absolutismo.
  Em jeito de conclusão, existe uma grande diferença entre força mental e carácter mental!

domingo, 14 de julho de 2013

A Ciência da Educação e a Educação da Ciência.

  Hoje estou numa de dar asas às minhas intrigas; e porque não abordar temas incendiários e que incomodem o equilíbrio do sistema e quiçá do universo? A mim dá-me prazer e para quem lê é capaz de ser um entretenimento mais agradável do que estar especado a ver reality shows ou outras baboseiras que saem do quadrado negro. Ou então não… Mas prefiro pensar que sim.

  Hoje apetece-me abordar a ciência e a educação até porque é um meio onde estou parcialmente inserido visto que sou um pseudo-estudante de ciências farmacêuticas, ou pelo menos tento ser.

  Vamos começar do início, vamos começar por aqueles que chegam às conclusões, aqueles que criam o conhecimento e posteriormente o passam ao outro, os Cientistas. Cada cientista possui uma identidade, um rosto intelectual, uma história existencial. Muitos deles gastaram os melhores anos das suas vidas no processo de produção de conhecimento e, durante esse período, foram tomados pela insegurança, pela ansiedade, por desafios, por frustrações e pelo sucesso. Muitos tiveram de romper paradigmas intelectuais da sua época e, por isso, foram incompreendidos, rejeitados, discriminados. Como pensadores possuem uma história rica. Porém, infelizmente, o  conhecimento que produziram é transmitido friamente nas salas de aula, ou seja, é veiculado  sem um enquadramento histórico, sem identidade, sem "rosto". O conhecimento na educação unifocal é transmitido de modo acabado, proto e sem aventuras, como se tivesse sido produzido por um milagre da mente.

 Uma das melhores maneiras de estancar o debate de ideias e matar a criatividade intelectual é transmitir o conhecimento de uma maneira fria, pronta e acabada, como se fosse uma verdade sem história, uma verdade inquestionável.

  Qualquer área das ciências tem identidade e um rosto. A transmissão de conhecimento realizada sem rosto intelectual, sem debate, sem crítica, sem arte, sem desafio nem teatralização da história da produção do conhecimento não estimula o desenvolvimento da inteligência. Decorar porque sim é robotizar-se é perder a criatividade, é perder a originalidade, é perder uma identidade... É acabar com a inovação é acabar com o amor ao conhecimento! É formar uma colectânea de marionetas que pouco sabem daquilo que tentaram processar.

É tempo de começarem a pensar em novos sistemas e na mudança!

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Asians"

  Gosto bastante de me intrigar e depois de me intrigar gosto de investigar o que está por detrás dessa"intrigação"... Isto porque tenho demasiado tempo livre (ou não,porque até estou em plena época de exames) mas adiante..
  Vou então tentar expor um pouco das minhas intrigas, só porque isto é capaz de me fazer mal se guardar só para mim... Ora bem, a problemática em estudo é "porque raio (aqui, quero salientar o raio) o oriente é uma economia em expansão e o ocidente não, porque raio os asiáticos são dotados de enormes capacidades para a tecnologia, lógica, matemática e nós não?"Primeiro tentei saber o que era igual entre nós (ocidentais) e os orientais para depois tentar perceber as diferenças, andei em busca de pequenos pormenores que pudessem fazer diferença. Mas, enquanto andava a fazer o meu"estudo" reparei que já havia uns estudos semelhantes de outros indivíduos que provavelmente também carecem de sanidade mental; e o estudos deles até faziam sentido e iam de encontro ao que procurava: 

  Eram académicos, da Universidade do Quioto e da Universidade do Michigan, dedicaram anos ao estudo das diferenças de pensamento e perceção entre asiáticos e ocidentais. Uma das experiências, até relativamente famosa. Em que Nisbett (um conceituado professor da Universidade do Michigan) mostrou uma fotografia de um aquário a japoneses e a americanos e lhes pediu para descreverem o peixe maior e mais impressionante do aquário. Os japoneses fizeram sessenta por centro mais referências ao contexto e a elementos da imagem, como a água, as bolhas e as plantas do aquário.
   A conclusão de Nisbett foi que, em geral, os ocidentais centram a sua atenção na ação do indivíduo, enquanto os asiáticos se centram nos contextos e nas relações. A sua proposta é que, pelo menos desde a Grécia Antiga, o pensamento ocidental colocou a ênfase na ação individual, nos traços permanentes do carácter, na lógica formal e em categorias delimitadas. Ao longo de um período ainda maior,o pensamento oriental colocou-a nos contextos, nas relações, na harmonia, no paradoxo, na interdependência e na propagação de influências."Assim", escreve Nisbett, "para um asiático, o mundo é um local complexo, composto  de um contínuo de substâncias, percetível do seu todo e não das suas partes e mais sujeito ao controlo coletivo do que ao controlo individual". Trata-se de uma generalização, mas Nisbett e muitos outros investigadores deram-lhe substância através de resultados e observações experimentais. Os pais de língua inglesa, por exemplo, colocam a ênfase nos nomes e nas categorias quando falam com os filhos; os pais coreanos colocam-na nos verbos e nas relações. Quando se lhes pedira que descrevessem gravações em vídeo de uma complexa cena de aeroporto, os alunos japoneses recordaram mais pormenores do cenário do que os alunos americanos.
  Colocados perante fotografias de uma galinha, uma vaca e de uma zona com erva, tendo-lhes sido pedido que hierarquizassem as três coisas,os alunos americanos destacaram a galinha e a vaca (espero que não tenha havercom o KFC e o Mc Donals) e os chineses, a vaca e a erva, porque logicamente, a vaca come erva e, assim, há uma relação entre elas. Quando lhes foi pedido que descrevessem o seu dia, as crianças americanas com 6 anos fizeram três vezes mais referências a si próprias do que as chinesas. Quando interrogados sobre si próprios, os americanos exageram as razões porque são melhores e se distinguem dos outros, enquanto que os asiáticos exageram os traços de carácter que têm cem comum e as várias formas de interdependência. 

   Assim, a conclusão a que chegamos é que os orientais e os ocidentais usam diferentes padrões de reconhecimento para ver o mundo; ainda que possa ser um pouco generalista, estes factos e experiências podem responder a minha questão inicial... No mundo tudo baseia-se em pormenores e detalhes e as diferenças básicas entre os orientais e ocidentais, que são claramente evidentes, fazem uma grande diferença no dia em que temos de atuar e mostrar quem somos. Por isso da próxima vez que proferirem "Asians" pensem na rigorosa educação e no trabalho de bastidores que tiveram para fazerem o que estão a fazer com tanta arte e perícia.