Revolucionário: Revolucionário é alguém que surge com os preconceitos
muito avançados para a mentalidade da época. É aquele que se apresa por percorrer
todos os caminhos até a verdade, aquele que possui uma curiosidade inquieta,
aquele que se faz por ouvir, aquele que analisa exaustivamente, aquele que
procura a mudança, aquele que ambiciona colmatar o erro, a mediocridade, a
miséria.
Revolucionários contribuíram para
a mudança ao longo dos anos. Sinto que neste momento é necessário um profeta,
um Ghandi, um Sebastião para este purgatório, com a forma de um estranho
rectângulo geográfico cujo inconsciente nacional deixou, há muito, de se
definir como um quadrilátero de ângulos e costumes rectos. É necessário
despertar os mestres que por aqui habitam, um mestre é aquele que tem a
capacidade de conduzir os outros a um grau mais elevado de consciência; alguém
que sabe dar resposta às inquietações mais íntimas. Sim, porque se queremos uma
mudança, essa transformação deve partir do interior de cada um pois à medida
que mudamos o nosso pequeno mundo o mundo lá fora muda connosco.
É um dever dos inconformistas! É de um extremo egoísmo e egocentrismo
abandonar a pátria e o seu círculo por esta não oferecer condições.. E que tal
mudar aquela obsoleta frase: “Eu sou um produto do meu ambiente” e
transformá-la na “O ambiente é um produto de mim mesmo”? Que tal ligar a
máquina da proatividade? A nossa criatividade? E não deixar que as crises
económicas e políticas nos afectem o rendimento, a confiança, a coragem, os
nossos sonhos, o orgulho nacional. Citando o nobre Camões “O fraco rei faz fraca a forte gente”, “A necessidade aguça o
engenho” ou até o velho sábio Pessoa “ (…) o Homem sonha, a obra nasce”. Estes
são exemplos de mestres revolucionários! As crises são mudanças,
transformações, nada vai voltar a ser como antes! Portanto, sugiro que comecem
a procurar aceitar as actualizações.
Portugal não pode ser pura e simplesmente um país enterrado à beira-mar,
porque efectivamente não o é. Portugal tem recursos, tem beleza, tem ousadia,
tem espírito de sacrifício, tem conhecimento, tem talento, tem mestres! Mais do
que nunca, é necessário despertá-los para acção, despertar o seu génio criativo.
É obrigatório fugir ao estado de estar encerrado numa floresta de palavras, é
necessário provar a veracidade das palavras é urgente apelar às forças
paralisadas e aos homens atravancados.
Grande parte dos movimentos culturais, das transformações surgiram de jovens,
unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceites para
conseguir o bem comum da população. Por aqueles que ambicionaram a apoteose
fantástica, aqueles que ignoraram os olhos de desdém que os apelidavam de
loucos e pretensiosos por intencionarem fazer algo novo, inovador, aqueles que
colocaram a seguinte questão “E agora?”.
Mais do que formar soldados, devemos
formar um arsenal de pensadores. Aqueles que não têm medo de levantar a cabeça,
de se colocarem em Xeque, de abrir as portas à dúvida que os atormenta e questionarem
as suas próprias verdades. Só seremos pobres quando nos sentirmos incapazes ou
indignos de alcançar algo que se almeja. Quando nos deixarmos oprimir e
reprimir, lembrem-se que uma sociedade reprimida é fácil de enganar! E pelo que
vejo não temos sido mais do que marionetas que alimentam a ganância dos “grandes”
senhores, escravos de um sistema perpétuo de auto geração de débito.
É altura de deixar de ter aquela
velha opinião formatada sobre tudo e actuar! " As revoluções são a locomotiva da história."
Karl Marx