segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Excogitar o futuro

  Revolucionário: Revolucionário é alguém que surge com os preconceitos muito avançados para a mentalidade da época. É aquele que se apresa por percorrer todos os caminhos até a verdade, aquele que possui uma curiosidade inquieta, aquele que se faz por ouvir, aquele que analisa exaustivamente, aquele que procura a mudança, aquele que ambiciona colmatar o erro, a mediocridade, a miséria.
   Revolucionários contribuíram para a mudança ao longo dos anos. Sinto que neste momento é necessário um profeta, um Ghandi, um Sebastião para este purgatório, com a forma de um estranho rectângulo geográfico cujo inconsciente nacional deixou, há muito, de se definir como um quadrilátero de ângulos e costumes rectos. É necessário despertar os mestres que por aqui habitam, um mestre é aquele que tem a capacidade de conduzir os outros a um grau mais elevado de consciência; alguém que sabe dar resposta às inquietações mais íntimas. Sim, porque se queremos uma mudança, essa transformação deve partir do interior de cada um pois à medida que mudamos o nosso pequeno mundo o mundo lá fora muda connosco.
   É um dever dos inconformistas! É de um extremo egoísmo e egocentrismo abandonar a pátria e o seu círculo por esta não oferecer condições.. E que tal mudar aquela obsoleta frase: “Eu sou um produto do meu ambiente” e transformá-la na “O ambiente é um produto de mim mesmo”? Que tal ligar a máquina da proatividade? A nossa criatividade? E não deixar que as crises económicas e políticas nos afectem o rendimento, a confiança, a coragem, os nossos sonhos, o orgulho nacional. Citando o nobre Camões “O fraco rei faz fraca a forte gente”, “A necessidade aguça o engenho” ou até o velho sábio Pessoa “ (…) o Homem sonha, a obra nasce”. Estes são exemplos de mestres revolucionários! As crises são mudanças, transformações, nada vai voltar a ser como antes! Portanto, sugiro que comecem a procurar aceitar as actualizações.
   Portugal não pode ser pura e simplesmente um país enterrado à beira-mar, porque efectivamente não o é. Portugal tem recursos, tem beleza, tem ousadia, tem espírito de sacrifício, tem conhecimento, tem talento, tem mestres! Mais do que nunca, é necessário despertá-los para acção, despertar o seu génio criativo. É obrigatório fugir ao estado de estar encerrado numa floresta de palavras, é necessário provar a veracidade das palavras é urgente apelar às forças paralisadas e aos homens atravancados. Grande parte dos movimentos culturais, das transformações surgiram de jovens, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceites para conseguir o bem comum da população. Por aqueles que ambicionaram a apoteose fantástica, aqueles que ignoraram os olhos de desdém que os apelidavam de loucos e pretensiosos por intencionarem fazer algo novo, inovador, aqueles que colocaram a seguinte questão “E agora?”.

     Mais do que formar soldados, devemos formar um arsenal de pensadores. Aqueles que não têm medo de levantar a cabeça, de se colocarem em Xeque, de abrir as portas à dúvida que os atormenta e questionarem as suas próprias verdades. Só seremos pobres quando nos sentirmos incapazes ou indignos de alcançar algo que se almeja. Quando nos deixarmos oprimir e reprimir, lembrem-se que uma sociedade reprimida é fácil de enganar! E pelo que vejo não temos sido mais do que marionetas que alimentam a ganância dos “grandes” senhores, escravos de um sistema perpétuo de auto geração de débito.

    É altura de deixar de ter aquela velha opinião formatada sobre tudo e actuar! "As revoluções são a locomotiva da história."
Karl Marx




1 comentário:

  1. Fez-me ir em busca de uma frase do Che Guevara que li uma vez e achei espantosamente simples e inteligente: La revolución no es una manzana que cae cuando está madura. Usted tiene que hacerla caer.

    É muito verdade. Desde pequeno que fui habituado ao 'queres algo, tens um sonho, vai atrás dele' e só desejava que mais pessoas tivessem a vontade real de se mexerem, porque a vontade de que as coisas mudem está lá. Somos um País com tanto para dar, só estamos mal direccionados.

    Parabéns pelo blogue, vou começar a seguir ;)

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