Como podem constatar eu "perco" demasiado tempo com assuntos que não valem de nada, que não interessam para o mundo, para a sociedade, para a realidade etc. Pois, mas eu gosto de assumir por vezes o papel de um humilde espectador de como quem vai assistir a uma peça de teatro ou a uma bela obra cinematográfica e deixo-me estar por breves instantes a fazer o exercício de observar e analisar com todo o cuidado o dia-a-dia deste planeta.. No fim tiro uma conclusão, retiro uma lição e normalmente faço uma crítica. Se achar que é fofinha e se tiver tempo ainda a partilho com vocês!
Ultimamente tenho reparado que a humanidade não sabe o que quer, que não tem tempo para nada, que diz em cada instante que o tempo não chega para fazer o que deseja, por que lhe falta, principalmente, a energia para pôr em prática os seus objetivos. É incrível como nos dispersamos por múltiplas actividades, na ânsia de chegarmos a tudo! Eu próprio considero-me uma vítima desta doença.
Perdemos o essencial: a liberdade, que não pode ser encontrada no ritmo da vida moderna, onde os conflitos profissionais, as pressões da faculdade, as discórdias familiares, a alucinação da velocidade, o ambiente insalubre das salas de espectáculos contribuem largamente para a nossa alienação. Censuro a função alienante da informação, proveniente das revistas, dos jornais, da rádio, da televisão... E admito que esta força diluviana, longe de resolver os problemas, apenas intensifica a dúvida, a incerteza, a confusão... Porque, perdidos a contemplar a multiplicidade dos caminhos, tornamos-nos cada vez mais incapazes de um juízo correto, de uma atitude criadora.
Insurgi-me contra a expressão derrotista "passar o tempo", porque o mais importante é saber "viver o tempo, ocupando-o de forma mais útil à evolução e ao progresso, com certeza plena de que cada momento é um marco fundamental, um desafio à inteligência e à imaginação.
Existe uma grave crise de entusiasmo que afecta a humanidade, Não aquele entusiasmo que faz vibrar os fãs num bom concerto ou de quem participa numa festa mundana. Mas outra espécie de entusiasmo: o entusiasmo silencioso que acompanha o artista no momento da criação, o entusiasmo que nos projeta alegremente no trabalho mobilizando todas as forças da alma, rumo a um objetivo superior. Temos de descobrir o artista que existe em cada um de nós, o artista é um gerador de ideias e começa a estar na hora de a nossa sociedade começar a ser uma praticante assídua do neurofitness! Com certeza as coisas seriam muito mais diferentes a nível da criação, inovação, ambiente de trabalho, ambiente familiar, na busca da própria felicidade e realização pessoal. Talvez se cada um encontrar a sua identidade e felicidade o mundo se torne um pouco melhor...
Sem comentários:
Enviar um comentário