Sejam bem-vindos de volta, hoje sinto-me no dever de
partilhar uma opinião pessoal com o leitor.
Não posso deixar de
reparar, que a sociedade tem andado mergulhada num profundo desalento, decepção, depressão, melancolia, agonia e crise… Crise, essa palavra que aflige almas e corações. Um dos principais problemas
é a falta de interpretação e compreensão por parte das pessoas, em relação à
crise. Ainda temos aquela esperança, que daqui a uns anos tudo voltará a ser
como era. Mas não, isso é incorrecto e ultrapassa a ideia de utopia. Uma crise
é uma mudança e devemos estar cientes disso mesmo, pouco voltará a ser como
antes. Cabe a nós mesmos acompanhar essa mudança.
É nos momentos de crise, seja ela qual for, que a divindade
surge. A nossa melhor luz só brilha quando atingimos a obscuridade, a luz que
emerge das trevas tem uma beleza e claridade ímpares. A dor da depressão, o
sofrimento tem de ser usada como vitamina para provarmos a nossa existência,
num mundo cada vez mais caótico. É necessário inaugurar paulatinamente a nossa
aurora intelectual. Transformar os pensamentos negativos em energias puras,
emoções livres de preconceitos. Acima de tudo, a nossa vida precisa de
motivação e ambição. Não podemos cair no desalento, se o corpo manifestar a
mesma atitude durante muito tempo, a mente começa adotá-la.
Ao longo dos tempos
podemos concluir que as pessoas ultramotivadas foram frequentemente afligidas
por um profundo sentido de perigo existencial. Os historiadores há muito notaram que uma espantosa
percentagem de grandes escritores, músicos, artistas, líderes experimentaram o
abandono, a morte, a devassidão, a crise existencial. A lista inclui George
Washington, Jefferson, Hamilton, Lincoln, Hitler, Gandhi, Estaline. Temos
também o exemplo de Bethoven surdo e um portador daquela dramática doença: coração
partido. Como podem ver, não há falta de exemplos.
As pessoas altamente ambiciosas possuem, muitas vezes, um
talento precoce que lhes dá a sensação e a paixão pela distinção. Não tem de
ser um grande talento – talvez fossem os melhores oradores da turma do 5º ano,
talvez estivessem entre os melhores matemáticos da sua terra. Mas era suficiente
para que a realização pessoal se tornasse um grão da sua identidade. As pessoas
ambiciosas têm frequentemente uma visão mais nobre do que talvez possam
alcançar.
E é nestes momentos que devemos amar a nós próprios, e por em prática as nossas virtudes, quem o consegue
fazer facilmente atinge o sucesso e a plenitude.
Tudo começa quando ainda somos crianças, cabe a cada pai, ou
tutor, saber começar a impingir estas ideias no subconsciente de uma criança.
Uma criança de nove anos não precisa de ter um iPhone, ela precisa de ser
amada.
E se encurtássemos a frieza? Não seria tudo muito mais
fácil, caloroso e intenso? A beleza única e o sentimento de segurança e
conforto, que deve ser para uma criança ver os seus pais brincarem como se de
dois pobres adolescentes e apaixonados se tratassem.
Vivemos numa sociedade moderna muda e profundamente egoísta.
Há uma imensa falta de trocas e experiências existenciais. Tanto o diálogo
interpessoal, como o autodiálogo estão empobrecidos. Se repararem, um mendigo
estabelece mais facilmente uma relação interpessoal afectiva, pois não tem
preconceitos socioculturais, não precisa de ostentar um status ou provar o quer
que seja a alguém.
Muitos apenas querem subir aos palcos para serem aplaudidos,
mas poucos querem ensaiar… Parecem artistas de fim-de-semana. Outros,
autoproclamam-se de Deus. Só para ter aquele sentimento de ver os outros
ajoelharem-se aos seus pés. Mas tudo isto não passa de uma ilusão, no final
estas pessoas acabam na solidão e no sofrimento. Somente, porque umas pequenas
moedas de ouros e o sucesso a curto prazo lhe criam uma cegueira nefasta, que
as afasta do verdadeiro significado da vida, do amor e do seu trabalho.
A festa, o faz-de-conta, os encontros, as aventuras,
desventuras, os dramas, os mistérios, o trabalho, os enganos, as tentativas e o
romancismo ainda não acabaram. Mas daqui em diante, há que aproveitar a
fugacidade da vida, há que renascer nas outras pessoas, partilhar, deixar
desbundar o espírito inquieto e provocador, caminhar nos terrenos que apenas
são explorados por românticos e acima de tudo partilhar, despertar as mentes,
comer a estrutura social, exaltar o indivíduo e a sua subjectividade.
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