sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Big Trolhada"


 Sejam bem-vindos, antes de escrever este texto estive bastante indeciso entre descrever pormenorizadamente o nascimento de um leitãozinho, ou abordar todo o magnetizante mundo que circunda em volto do célebre programa intitulado “Big Brother”. Perante este dilema coloquei os temas numa tômbola e o resultado final para o tema deste post foi: “Big Brother”.

   Pois bem, eu até estava a tentar não tocar neste assunto, nem dar atenção, mas a minha incredulidade já estava a destruir a estratosfera e estava com receio de afundar brevemente o mundo inteiro na negrura.
Adoro reality shows e também adoro livros, acho que acabei de contribuir para o aparecimento de mais uma sarda na face de Morgan Freeman, por ter juntada na mesma frase dois termos completamente antagónicos…
  Mas adiante, o que eu acho mesmo piada é criar uma casa “isolada” do mundo, colocar para lá prisioneiros desprovidos de qualquer tipo de inteligência (isto, pelo o que pude inferir) e incitá-los a narrações de aventuras, dramas e conversas da távola, com o intuito de retratar a vida real, isto 24h por dia, durante 3 meses.
   Eu até podia fazer uma descrição pormenorizada do programa e se calhar isto até podia ser mais interessante para o leitor, mas torna-se numa sangrenta aventura para o meu raciocínio assistir a 5 minutos daqueles “duelos entre desconhecidos”. Eu até julgava, que essa espécie de conduta era coisa exclusiva de crianças. Mas, noto que estou na presença de entusiastas que praticam o jogo com afinco e outros que o seguem orgulhosamente, quase a chegar à maioria nacional e depois?
    Depois caros amigos, contribuem para que eu gere crises existenciais… Começo a reflectir sobre quem eu sou, o que faço aqui, como aqui vim parar, e por vezes chego à conclusão que talvez seja um extraterrestre. E isto… isto aborrece-me profundamente.
    Portugal anda embebido num profundo vazio… Vejo por aí multidões a queixarem-se dos Governos, das políticas, do “mau” funcionamento do País. Muitas delas sem ter qualquer tipo de noção da realidade-realidade, não da realidade que passa na televisão. Poucos se atrevem a olhar para si próprios e para o contributo que têm dado à nação.
   O estado deplorável do nosso País começa com estes “pequenos” pormenores, pois aproximadamente metade da população está a ver atentamente um programa que possivelmente tem 0,5% de educativo mas 99,5% de cativante. Enquanto isto acontece, uns belos manuscritos vão-se suicidando. Portugal ainda tem de crescer e é preciso mudança.
  Falta vontade de mudança, vontade de reinvenção. Criam-se palavras de ordem, slogans, faz-se agenciamento colectivo “I work to buy a car to go to work” tudo isto é de um profundo vazio. Leitores mais sensíveis perdoem-me a minha opinião e “reactividade” mas sinceramente acho que estamos a tornar-nos num curto-circuito fechado que se auto perpetua mutuamente. 

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