A atualidade prega-nos partidas destas. Mesmo a atualidade
portuguesa, que quase nunca é tão atual como a atualidade que desenvolve a sua
atividade lá fora. Um cidadão vive descansado, convencido que se encontra na
chamada silly season.
O que é curioso e desnorteante é que estamos num claro e inigualável
impasse, enquanto Portugueses. Todos os dias parece que assistimos à devastação
da nossa identidade cultural, passando esta para segundo plano no pesadelo “ideológico”
de medidas políticas e económicas, convocadas para salvar o país de um
infortúnio iminente. Isto enquanto se expulsam todos aqueles capazes e
dispostos a realizá-lo.
O valor da metalinguagem vai-se… Assim como a galvanização e
a tertúlia. Dando lugar a um desalento permanente, que nos impede de criar e
produzir.
Estamos a ficar moralizados com este mundo mastigado. É
necessário despertar as mentes criativas, a criatividade não é para chatos. É
para quem tem personalidades inquietas, curiosas e insatisfeitas. Aqueles que
são capazes de diluir as perceções sobre as tradicionais fronteiras sociais,
donas do status social.
Os fartos estão fartos e está na hora de erguer a razão e a
cultura. Pelejando contra os mensageiros da luso tempestade.
O presente está impregnado pela nostalgia da anunciada
separação. Mas é ao recusar as lágrimas esperadas e as partidas insustentáveis
que permitimos às emoções de todos os dias, que não são outra coisas se não uma
simples e árida tristeza, que se imiscuam no coração de tudo pela força da persistência
e desplanta a nossa criatividade… Deixarás de ser um produto do teu ambiente e o teu ambiente passará a ser um produto de ti mesmo.
muito bom
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