quinta-feira, 28 de março de 2013

Dizem que é um "Cavalo branco"


    Bem-vindos de volta! Primeiro que tudo vamos deixar-nos de dramas e melancolias poéticas e passar à discussão do que realmente interessa. O tema que vai aqui ser exposto tem vindo abalar a sociedade há décadas.
  Unicórnios! Não, não é a delinquência juvenil, as crises económicas, políticas ou até mesmo as guerras, o problema deste mundo são mesmo os Unicórnios e ninguém fala nisto. Não sei se o leitor nutre da mesma opinião, também se não for da sua opinião pode sentir-se descansado e aliviado, porque provavelmente ainda é portador de uma sanidade mental minimamente saudável.

  Foi acerca de 5000 anos, emergiu na cultura europeia a descrição deste animal novo. Era em tudo semelhante a um cavalo branco, mas da sua cabeça emergia um corno único, mediano e ereto. É difícil de perceber como terá nascido esta ideia na mitologia pagã antiga, certamente um jovem cavaleiro terá comido umas bagas “estragadas” e o resultado é este tormento e imponente animal que está à (vista) de todos.
  A verdade é que este animal mítico foi completamente integrado no conhecimento da Europa medieval, como símbolo até do Cristianismo de tal forma que ilustra as armas dos reis da Escócia desde a sua origem.
  A juntar a este animal temos, por exemplo, o Pégaso, o cavalo com asas da mitologia grega. Eu não sei, mas provavelmente naquela altura havia uns pós estranhos a circular pelo ar. Mais um fruto das fantasias mentais ou não…
  A parte gira disto tudo, é que podemos verificar como é fácil introduzir uma ideia na mente humana, ainda que seja, um tanto ao quanto, absurda. Nunca vi um unicórnio, mas já li sobre ele, já vi imagens e desenhos e até já o vi em movimento na televisão e no cinema. Se pesquisar no Google a palavra “Unicórnio”, encontraremos cerca de 6 milhões de entradas. O facto de estes animais existirem ou não é irrelevante para a minha vida de relação com o mundo. Mas há qualquer coisa que nos faz crer que existe de facto, Unicórnios .
  Devemos isso à fé que temos nas fontes de informação, especialmente na televisão. A construção dessa fé dá-se pela repetição de uma ocorrência, o que acaba por criar a sua familiaridade. É interessante como o cérebro atua com o reconhecimento precoce e aceitação. Há quem garanta que os Americanos nunca pisaram solo Lunar e há quem diga que o Hugo Chavez não morreu de cancro. E isto nada tem haver com inteligência: para um determinado indivíduo, a verdade é aquilo em que acredita. E aquilo em que acreditamos é aquilo que os moldes do nosso cérebro fazem com que acreditemos, claro está, entulhados e empurrados subtilmente e inconscientemente pelos meios de comunicação.
  Com este texto apenas quero apelar ao Leitor para deixar desbundar o seu espírito crítico e não se deixar ficar com o já clássico papel de fantoche. 

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